Auto-retrato a partir dos meus mestres / Self-portrait after my great masters - 1999/2003
My Self-Portrait according to the Grand Masters
The work "MY Self Portrait according to the Grand Masters" consists on a series of digitally modified images, which start from the same drawing that is turned into various interpretations of possible Self-portraits. During this process, I pay a tribute to the style of famous artists from the past, as well as contemporary names and some Art schools of yore. A great deal of those artists has been highly influential to me throughout my career, in different moments and ways. Specially the Egyptians, Pizanello, Wharrol and the Pompeans have had a significant importance on developing my aesthetical thought, as well as my style.
This series is particularly interesting to me because of the many possible readings that it suggests. As I create my own portrait inspired by the works of another artist, I create a ludic atmosphere of psychological projection, that could be roughly defined as my own idealized, fictional vision of someone else's vision of myself. In such a chamber of mirrors, I am able to achieve a deeper understanding of my self-perception, as well as to research and paraphrase the expression of each of the artists that I quote.
For a moment, I get to share my persona with all those well-known names of Art history, and I am also able to simulate a re-creation of my face as I deal with digital tools, brush strokes and facial expressions. The irony of this mannerism gives a pop aura to this series of prints, size 70x50cm, where the color palette and some characteristics from Gauguin, Schnabel or Leonilson's works will add information and historicity to my own look.
Modern and Post-modern philosophers have been questioning concepts such as Identity or the Being; in the way it had been thought from Humanism until Hegel - the worship of Self-consciousness and excludence of Alterity. I follow the post-structuralism thought when I propose the idea of a fragmented self, without any central concept or structure, on a process of eternal (re) construction.
In such a work, I am trying to discuss the fact that our personality is created by the environment, by all the references, substances we have digested and processed. We are what we see, what we haven't seen, and mostly we are what we inspire, what we aspire to be. Our globalized bodies and minds are a patchwork of the Egyptian rituals, the Turkish baths, Greek thought, Da Vinci's experiments, Velasquez's brush strokes and Dali's delusions. We are originated from the magic of movies, the sinful catholic Inquisition, Freudian dreams, the discovery of penicillin and so many uncountable influences.
For all that, and a lot more, I alter my face with the objective of revealing myself as a by-product of language, world history and quantic discoveries.
Luiz H Vieira, 09/2003.
Meu auto-retrato a partir dos meus grandes mestres
Na série "Meu auto-retrato a partir dos meus grandes mestres", sempre partindo da mesma estrutura de desenho, presto uma homenagem a artistas (célebres ou menos célebres). Grande parte desses artistas me influenciou ao longo da minha trajetória, em momentos e de maneiras diferentes. Alguns deles como o caso dos Egípcios, dos Pompeanos, de Pizanello, Wharrol, tiveram uma significativa importância na elaboração do meu pensamento estético. Outros como: Nelson Leirner, Matisse e Ernest são artistas que, simplesmente, respeito e admiro, e decidi homenagear. No caso de Picasso, Degas e Pisarro exploro tais artistas, como ícones da história (mercadológica) da arte, e brinco com tal questão. Esta série me interessa, em particular, pelas várias leituras que sugere, tais como: eu me projeto em tal artista com a finalidade de obter dele, a minha própria imagem. É um lúdico jogo de espelhos, onde lanço mão do olhar (irreal) do outro, numa necessidade de investigar sobre o meu próprio olhar sobre mim mesmo, e, inegavelmente, sobre a linguagem de cada um dos artistas homenageados.
Sustento o ponto de vista de que a identidade é um produto cultural.
A originalidade me parece um conceito ingênuo, que destrata a história, desconsiderando o percurso humano, com todas as experiências que resultam no quadro cultural em que somos formados. Nossas escolhas, sem dúvida, sempre buscam respaldo nas experiências de nossos antepassados.
Com esta mostra, afirmo sermos tudo aquilo que, de alguma forma, tragamos. Somos o que vemos, e somos, inclusive, aquilo que já escapou ao nosso olhar. Somos fruto dos rituais egípcios, dos banhos turcos, do pensar grego, dos experimentos de Da Vinci, das pinceladas de Velásquez, dos delírios de Dalí, da magia do cinema, dos pecados cometidos pela inquisição, dos sonhos de Freud, da descoberta da penicilina e de inumeráveis influências mais.
Por tudo isso, coloco meu rosto passível de alterações, com a finalidade de revelar-me como um produto da história.
Paralelo ao fato de sermos um produto cultural, afirmo a existência de freqüentes relações simbióticas que, ao longo da vida, vão alterando a nossa forma de pensar, sentir e atuar. Parece que, o que norteia todos estes trabalhos é, na verdade, uma profunda necessidade de especular sobre as minhas possíveis possibilidades. Ás vezes, sinto-me como um investigador, um detetive que rastreia os seus próprios passos. A minha fome de auto-reconhecimento é tamanha que, eu não me basto como objeto de auto-investigação. Passo, assim, a buscar-me no outro.
Luiz H Vieira, 09/2003
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